quarta-feira, 4 de junho de 2014

O homem - Criatura maravilhosa (Rev. L. Heimann - Agosto/1962)



Em meus devaneios pelas páginas escritas de um tempo que não volta, encontrei esse texto riquíssimo de 1962 escrito pelo Rev. L. Heimann.

Tenha uma boa leitura!

O homem
Criatura maravilhosa

Estive pensando. Pensei na tensão da política internacional. Pensei na crítica si­tuação nacional. Pensei em meu trabalho paroquial. Pensei em minha família. En­quanto pensava, o meu pensamento, em forma de redemoinho, ou sobre mim mes­mo. Continuei a pensar. Pensei sobre o mis­tério do pensar um pensamento. Como nas­ce um pensamento? Dizem uns que é pro­duzido e desenvolvido por aquela massa cinzenta que está amontoada no crâneo. Como? O cérebro não é matéria? O pen­samento não é espiritual? Como pode o material produzir algo que é imaterial? — A solução fica para os entendidos na ma­téria. Sei apenas uma coisa, «fui formado por um modo assombrosamente maravi­lhoso» (SI 139.14).
Estive falando. E ao falar, falei aquilo que pensava falar. Estive ao pé da cama de um moribundo. Precisava de consolo. Precisava da certeza do perdão e miseri­córdia de Deus. E ao consolá-lo, não falei sobre os seis dias da criação, mas falei daquilo que lhe queria falar. Falei sobre as palavras do salmista «o Senhor é o meu pastor», e ainda «o Senhor é mise­ricordioso e compassivo... não nos trata se­gundo os nossos pecados». — Como pos­so falar aquilo que pretendo falar? Co­mo pode a língua, este pequeno órgão, produzir palavras? Como pode meu inter­locutor compreender o que digo? Só sei que «fui formado por um modo assombro­samente maravilhoso».
Estive olhando. Pensei em olhar para o quadro de Sallmann, e não para o de Dürer, que se encontram no meu quarto. De fato olhei para o quadro que pensava olhar e vi a pintura de Jesus. — Abri a Epístola aos Corintios e quis ler as palavras «eu cri, por isso é que falei». De fato, vi e li apenas estas palavras e ignorei as outras que se aglomeram em torno. — Como pos­so ver aquilo que pretendo ver? Como se refletem dentro destes pequenos globos as imagens de fora? Como posso conhecer e distinguir? — Sei que fui «formado por um modo assombrosamente maravilhoso».
Estive escutando. Ouvi um barulho. Lo­go sabia que não era o «Austin» do pa­deiro, mas o velho ônibus amarelo da pre­feitura. — Ouvi um cantar. Logo distingui que não era a menina que cantava, mas o galo branco que há três dias aqui apareceu. Como pode aquela fibrazinha, que chamamos de timbre, ouvir, distinguir e conhecer? Sei que fui «formado por um modo assombrosamente maravilhoso».
Estive cheirando. E ao cheirar um odor a boca encheu-se de saliva. Logo sabia que não era a fumaça de «óleo cru» que entrava pela janela, mas era o aba­caxi que minha esposa estava descascando. — Como pode este pequeno aparelho nariz distinguir entre os dois cheiros? Como pode me dizer que era o cheiro da fruta e não do óleo queimado? De fato «fui formado por um modo assombrosamente maravilhoso».
Depois de tudo isto vem os «esclare­cidos» de nossos dias, ocupam cátedras, para com ar de «magister dixiet» apre­goar que somos macacos evoluídos. Ora, os que isto vem incutir nas almas ingê­nuas de estudantes, é que podem descender de macacos; eu contudo sei que «fui for­mado segundo a imagem divina». E sei mais. Sei que «fui formado por um modo assombrosamente maravilhoso».
Sou uma criatura maravilhosa. Sou ma­ravilhoso apesar de minha miopia espiri­tual, apesar de ser cortido e obscurecido pelo pecado. — Que será de mim no além, quando o meu corpo corruptível se reves­tir da glória celestial? Que será de mim quando passar deste estado de imperfeição para o estado de perfeição? Se hoje já me alegro e me sinto feliz enquanto preso ao pecado e a matéria, quanto maior será a minha alegria e a minha felicidade quan­do com um corpo transfigurado e espiritual na «morada do Pai»?!
Como cristão, sei que não vim existir por um acaso. Sei que não sou apenas um produto da natureza. Sei que não sou um macaco evoluído. Mas sei que o meu cé­rebro, minha língua, meus olhos, meus ou­vidos, meu nariz, meu coração, meu san­gue são obras de um sábio Criador, e este Criador chama-se Deus, que tenho por Pai. A mesma Palavra de Deus que me revelou meu Salvador Jesus, é que me faz saber que «fui formado por um modo assombrosamente maravilhoso».
Jovem, olha um pouco para dentro de ti mesmo, sob a luz da Palavra, e verás que és uma criatura maravilhosa como eu. E para que um dia possas ser levado à presença de Jesus e te ver em perfeição completa, PERMANECE NA PALAVRA DE JESUS.

Nenhum comentário: