quarta-feira, 2 de junho de 2010

SANTA CEIA - Do Cativeiro Babilônico


Olá amigos!
Há tempo não escrevo...
Resolvi postar um breve resumo com alguns apontamentos sobre a Santa Ceia que constam no texto "Do Cativeiro Babilônico" que foi escrito por Lutero.
Espero que apreciem!

SANTA CEIA

Lutero começa o assunto do Sacramento do Pão dizendo que João 6 deve ser colocado de lado, pois neste texto João fala do comer espiritual. Pois o comer sacramental não vivifica, porque muitos comem indignamente.

Ele comenta que para este sacramento é preferível usar o texto de 1 Co 11 e principalmente para a defesa da administração do sacramento com as duas espécies. Com isso, argumenta contra a teologia católico-romana, pois só era dada uma espécie de elementos aos leigos. Alegam sem abonação da Escritura, que fica ao critério da Igreja distribuir a espécie que quiser.

Em confronto contra a igreja católico-romana, Lutero argumenta usando Mt 26.27 e diz: “Confesso que esse argumento, para mim irrefutável, me convenceu, e não li, nem ouvi, nem encontrei nada que o contradiga, pois aqui a palavra e o exemplo de Cristo são firmíssimos, quando diz não permitindo, mas ordenando: “Bebei dele todos”. Além disso, a Ceia, na igreja catolica-romana, só é administrada aos sacerdotes e monges e não é dada a “promessa” aos leigos.

No entanto, Lutero escreve: “O que mais me urge e me convence por completo é que Cristo diz: “Este é meu sangue, derramado por vós e por muitos para a remissão dos pecados(MT 26.28; Lc 22.20). Aqui vês com toda a clareza que o sangue é dado a todos, por cujos pecados foram vertidos. Quem ousará dizer que não foi derramado pelos leigos? Acaso não vês a quem fala quando dá o cálice? Não o dá a todos? Não diz que foi derramado por todos?”

Também diz que o apóstolo Paulo cala a boca de todos quando diz: “Recebi do Senhor o que também vos transmiti(1 Co 11.23)”.

E o primeiro cativeiro desse sacramento, conforme Lutero, se refere a sua substância ou integridade que a tirania romana tirou. Não é que preguem contra Cristo os que usam uma espécie, já que Cristo não preceituou usar alguma, mas o deixou ao arbítrio de cada qual dizendo: “Todas as vezes que o fizerdes, fazei-o em minha memória (! Co 11.23-25)”. Pecam, porém, os que proíbem dar ambas as espécies aos que querem fazer uso desse arbítrio. A culpa não está nos leigos, mas nos sacerdotes. O sacramento não é propriedade dos sacerdotes, mas de todos.

O segundo cativeiro desse sacramento se refere à consciência.

De um lado os católicos usam opiniões da doutrina da transubstanciação que é desenvolvida a partir da filosofia aristotélica de Tomás de Aquino e não segundo as palavras de Cristo. Do outro lado, Lutero diz que a frase de Cristo “Isto é o meu corpo” é uma obra divina do poder do Onipotente, a qual pode agir da mesma maneira na substância como no acidente.

Ele defende: “Se a filosofia não o compreende, a fé em verdade o compreende”.

O terceiro cativeiro é o abuso extremamente ímpio, por causa do qual sucede que atualmente na Igreja quase nada é mais aceito nem convence mais do que a crença de que a missa é boa obra e sacrifício.

Do contrário, a missa é a promessa do perdão dos pecados que Deus nos fez, e é promessa tal que foi confirmada pela morte do Filho de Deus. Esse benefício é oferecido na Ceia.

Entretanto, duas coisas são simultaneamente necessárias: a promessa e a fé. Pois sem promessa nada se pode crer. Sem a fé, porém, é inútil a promessa, a qual é fortalecida e cumprida pela fé.

De todo, deve precaver-se com maior cuidado para não se aproximar confiado na confissão, oração e preparação; desesperando de todas essas coisas, deve aproximar-se em soberba confiança no Cristo que promete.

Lutero ainda faz distinção de que a palavra sacrifício não deve ser relacionada com sacramento e testamento. Pois a missa, que envolve sacramento e testamento, nós recebemos, enquanto que o sacrifício nós oferecemos. E ainda para dizer que o que é de Deus é de Deus. Ele finaliza: “A missa de um mau sacerdote deve ser vista da mesma maneira que a de um bom sacerdote qualquer, e a de S. Pedro não teria sido melhor que de Judas, o traidor, caso tivessem sacrificado”.

Qual o proveito disso tudo?

O proveito é que a vida da Igreja em torno da Santa Ceia continua. Os benefícios da Ceia são oferecidos a cada vez em que ela é celebrada. Cristo está presente em nossas vidas através da Ceia e todos esses apontamentos trazidos a tona por Lutero continuam e podem ser afirmados através do cristianismo.