Sendo Perfeitos em Cristo

Texto base Mateus 5.48

Jesus nos diz para sermos perfeitos assim como também é perfeito o nosso Pai que está no céu.

Nas Palavras de Deus o que podemos entender como sermos perfeitos?

No texto de Levítico temos várias admoestações do que seria um cristão perfeito em sua relação com Deus e também com o próximo:

Vou listar algumas delas:

Amar o próximo e ser bondoso para os que não têm o que comer, não roubar, não mentir, não enganar. Não explorar, não amaldiçoar, ser justo com o próximo, quando tivermos de julgar uma causa não tomar partido de um dos lados, favorecendo um e prejudicando o outro. Não levantar calunias ou falso testemunho nem acusar o próximo. Não guardar ódio no coração contra o próximo. E não ser vingativo.

Isto é o que Deus espera de nós cristãos.

Tanto no texto do AT em Levítico quanto no Evangelho segundo Mateus nos é mostrada a lei de Deus e o que é preciso para sermos perfeitos. O padrão de Deus de perfeição para nós é 100%, não 50% nem 95%.

E aí conseguimos? É possível cumprirmos 100% do que Deus exige de nós?

Por mais que tentemos e que nos esforcemos isso é impossível, só Cristo foi capaz de cumprir tal exigência.

Nossa natureza pecadora é contraria a lei e a vontade divina, nos afastando de uma relação correta com o Pai. O diabo diariamente nos aponta que mais uma vez caímos e fracassamos e que não vale a pena ser cristão porque nunca vamos conseguir cumprir os mandamentos de Deus, e por isso muitos crentes abandonam a igreja.

A lei nos aponta nossos pecados e quão miseráveis somos a ponto de nos levar a ter medo da condenação de Deus. Por outro lado, nos leva também a reconhecer nossa insuficiência para cumprir os mandamentos de Deus e a nossa total dependência de Cristo para nossa salvação.

No nosso dia a dia até que tentamos seguir os mandamentos, mas não é nada fácil, no trânsito somos tentados a sermos imprudentes, na empresa o patrão briga conosco, em casa as coisas nem sempre vão bem e as vezes perdemos a cabeça. Ou não é assim?

A cada minuto nossa carne nos leva a desobedecermos a vontade divina e quebrar os mandamentos de Deus. A nossa escolha na maioria das vezes pende para o mal, juramos coisas que não cumprimos, para os amigos para a família, para Deus, odiamos o nosso próximo, não ajudamos como poderíamos os necessitados, fechamos os olhos para as necessidades dos que estão ao nosso lado, somos insensíveis e frios.

E Deus nos dá sempre uma oportunidade. A Dorcas talvez seja uma delas.

E mais uma vez eu pergunto: Nós conseguimos cumprir o que Deus exige de nós?

E se alguém te fizer algum mal?

“Olho por olho, dente por dente” essa é a nossa visão na maioria das vezes quando alguém nos faz algo de mal ou nos diz palavras que não gostamos. Devolvemos na mesma moeda (damos o troco) retribuímos o mal com o mal.

Ou ainda guardamos o ódio da pessoa que nos fez mal dentro de nosso coração, nos esquecendo do que Cristo nos diz: que se guardarmos ódio em nosso coração sobre o nosso próximo, seremos julgados por isso e estaremos em perigo de irmos para o fogo do inferno.

Esse é o risco que corremos ao construirmos nossas relações com o próximo, com nossa família, com os irmãos da igreja sobre o ódio a vingança, a inveja, retribuindo o mal com o mal.

Cristo nos diz que não devemos nos vingar dos que nos fazem mal. Devemos amar até os nossos inimigos e orar por eles, porque assim como Cristo os ama e faz o sol e a chuva caírem sobre eles, nós também devemos orar e pedir em favor deles.

É fácil amarmos aqueles que nos amam e querer-lhes bem não é? Cristo nos diz palavras duras: ”Se vocês amam somente aqueles que os amam, por que esperam que Deus lhes dê alguma recompensa? Até os cobradores de impostos amam as pessoas que os amam.”Se vocês falam somente com os seus amigos, o que é que estão fazendo demais? Até os pagãos fazem isso!

Vamos relembrar o quinto mandamento: Não matarás.

E então, é certo odiarmos ou fazermos o mal ao nosso próximo? Olho por olho dente por dente? Não isto não é certo, não é fácil amar e orar pelos que nos perseguem, mas esta é a vontade de Deus.

Então queridos irmãos e irmãs, pergunto a vocês pela terceira vez: Podemos ser perfeitos diante de Deus?

Não conseguimos!

Por outro lado, e o que também nos conforta, é saber que Deus amou o mundo dando o seu único filho em nosso lugar para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna.

Esse é o nosso consolo. Nossa situação com Deus está resolvida. Temos novamente amizade com Deus por causa de Cristo. E Deus nos mostra que só alcançamos a perfeição em Cristo, vivendo diariamente o perdão e a salvação que Ele conquistou para todos nós lá na cruz com seu sangue, vivendo esse perdão diariamente em nossas vidas somos perfeitos em nossa relação com Deus.

Só conseguiremos amar o nosso próximo se o nosso amor estiver firmado no amor de Deus por nós em Cristo.

Amados no Senhor, vivam diariamente alicerçados no amor de Deus por nós e confiantes na salvação que há em Cristo Jesus.

Construam suas relações sobre o amor de Deus, alicerçados em Cristo!

POSIÇÃO DA IELB SOBRE UNIÃO HOMOSSEXUAL

A Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) está estabelecida num país onde há liberdade de viver, se expressar e agir conforme a decisão ou vontade de cada um. Assim, a opção sexual faz parte dessa liberdade. Por outro lado, a IELB também entende que a liberdade de discordar e não aceitar em seu meio uma união homossexual, por esta ferir os princípios da Bíblia Sagrada, faz parte da sua liberdade e não lhe pode ser cerceada, pois fere a Constituição Nacional. A Constituição Brasileira, no seu Artigo V, incisos IV, VI, VIII e IX, diz: 

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

Assim, precisamos diferenciar homossexualismo de homofobia. A Igreja Luterana não concorda com a conduta homossexual, mas não discrimina o ser humano homossexual.

  Por isso declaramos:

1 – A IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL crê e confessa que a sexualidade é um dom de Deus, destinado por Deus para ser vivido entre um homem e uma mulher dentro do casamento.

2 - A IELB crê e confessa que o homossexual é amado por Deus como são amadas por Deus todas as suas criaturas.

3 - Em amando todas as pessoas e também o homossexual, Deus não anula o propósito da sua criação.

4 - Por esta razão, a igreja, em acordo com a Sagrada Escritura, denuncia na homossexualidade um desvio do propósito criador de Deus, fruto da corrupção humana que degrada a pessoa e transgride a vontade de Deus expressa na Bíblia. “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher: é abominação. Nem te deitarás com animal, para te contaminares com ele, nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele: é confusão. Portanto guardareis a obrigação que tendes para comigo, não praticando nenhum dos costumes abomináveis que praticaram antes de vós, e não vos contamineis com eles: Eu sou o Senhor vosso Deus” (Levítico 18.22,23,30); “Por isso Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seus próprios corações, para desonrarem os seus corpos entre si; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo em si mesmos a merecida punição do seu erro” Romanos 1.24,27); “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Coríntios 6.9-10).

5 - Porque a homossexualidade transgride a vontade de Deus e porque Deus enviou a igreja a levar Cristo Para Todos, a igreja se compromete a encaminhar o homossexual dentro do que preceitua o amor cristão e na sua competência de igreja, visando a que as pessoas vivam vida feliz e agradável a Deus; Mateus 19.5: “... Por esta causa deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.”

6 - A IELB, repudiando qualquer forma de discriminação, deve estar ao lado também das pessoas de comportamento homossexual, para lhes dar o apoio necessário e possam vir a ter a força para viver vida agradável a Deus.

7 - Diante disto repudiamos a idéia de se conceder à união entre homossexuais o caráter de matrimônio legítimo porque contraria a vontade expressa de Deus e dificulta, se não impossibilita, a oportunidade de tais pessoas revisarem suas opções e comportamento.

8 - Repudiamos também, por conseqüência, a hipótese de ser dado a um casal homossexual a adoção e guarda de crianças como filhos porque entre outros prejuízos de formação, formará na criança uma visão distorcida da sua própria natureza.

Fiéis ao nosso lema CRISTO PARA TODOS ensinamos que a igreja renova também o seu compromisso de receber pessoas homossexuais no amor de Cristo visando que a fé em Jesus as transforme para a nova vida da qual Deus se agrada.

  Em nome da Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Rev. Egon Kopereck - Presidente IELB

  *(A posição da IELB atende ao disposto em parecer da Comissão de Teologia e Relações Eclesiais, da 57ª Convenção Nacional)